quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Mano Oraculo participou do Festival Mundial da Juventude na Venezuela.






Aconteceu no ano de 2005 na cidade de Caracas o décimo sexto Festival Mundial da Juventude e os Estudantes da Venezuela.


O Festival tem o caráter da luta contra o Imperialismo econômico, social instalado pelas grandes potências.





O encontro teve abertura no ginásio de Hipodromo com atrações culturais da América Latina e apresentação de Freestyle de Mano Oraculo, DJ Francis e MC Colombiano Nõno.





Abertura oficial foi marcada por uma intervenção  histórica de mais de 2 horas do ex presidente venezuelano Hugo Chavez Frias, que ressaltou a importância dos jovens na luta contra o Imperialismo, sobre a conjuntura internacional e dando as boas vindas do visitantes de mais de 100 países.





Dentro do encontro foi realizado o Fórum Internacional do Hip Hop no espaço Tiuna Fuerte, com mais de 20 países que buscavam trocar experiências e novas bandeiras para reivindicação da cultura nos países.







Dentro do encontro houve apresentações do Hip Hop do Brasil nos palcos do encontro e também um rolê pelas ruas de caracas com graffiti e uma visita na praia de Chichiriviti.



















Mano Oraculo role skate Campinas, Praça das Àguas.








Wallride Dimas.

Mano Oraculo em Minas Gerais.







Aconteceu na cidade de Contagem o Quadragésimo Congresso Nacional UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundarista) com a participação da entidade Nação Hip Hop Brasil realizando intervenção social, cultural e política no encontro.






Após atividade, fizemos uma imagens da cidade de Belo Horizonte e alguns lugares para prática do skate.

Fotos:









Centro-Santa Teresa


Lagoa da Pampulha







Estádio do Mineirão





Aeroporto Internacional -Confins-MG



sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Ditadura: Engenheiro foi torturado e morto em hospital militar






Parentes do engenheiro mecânico Raul Amaro Nin Ferreira apresentaram nesta quinta-feira (5) na Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro (CEV-Rio) documentos sugerindo que ele pode ter sido interrogado e torturado em 11 de agosto de 1971, enquanto estava internado no Hospital Central do Exército (HCE), onde morreu, naquele mesmo dia, aos 27 anos.

Sobrinhos da vítima mostraram um ofício do então comandante da 1ª Região do Exército, general Sylvio Frota, à direção do hospital, informando que dois agentes do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) iriam ao hospital interrogar o engenheiro naquela data. Representante da linha dura, Sylvio Frota foi ministro do Exército durante o governo Ernesto Geisel (1974-1979), do qual foi demitido quando tentou ser o candidato à sucessão do regime militar, contrariando a vontade do presidente.

No levantamento - produzido pelos irmãos Raul Nin Ferreira e Felipe Nin Ferreira em conjunto com o Armazém da Memória e com o Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo - há ainda um relato de interrogatório ocorrido entre os dias 4 e 11 de agosto, quando o engenheiro já havia sido transferido para o hospital. O registro descreve o que foi abordado em uma das sessões e ainda informa que "não houve tempo para inquiri-lo sobre todo o material".

Ao entregar o relatório à Comissão da Verdade, a família pede que sejam confrontados por especialistas o laudo médico de entrada no hospital e o do legista que examinou seu cadáver, para conferir se algum ferimento adicional aos descritos no primeiro documento aparece no segundo, o que indicaria que nesse interrogatório houve tortura. Também foi solicitado que sejam convocados para depoimento os servidores que trabalhavam no hospital, à época.

O jornalista Álvaro Caldas, que representou o presidente da CEV-Rio, Wadih Damous, na apresentação, informou que será criado um grupo de trabalho para dar encaminhamento aos pedidos da família. "Tortura dentro do Hospital do Exército seria algo inédito", disse Caldas, que elogiou a iniciativa dos sobrinhos de Raul Amaro Nin Ferreira: "É excepcional estarmos recebendo esse trabalho. Isso mostra a importância de o trabalho sair da comissão e ser feito por outras pessoas".

O relatório elaborado pelos sobrinhos do engenheiro desmente outros fatos que sustentaram as versões da época, como a de que o pai teria delatado o local onde Raul morava, a de que ele se feriu resistindo à prisão e a de que era integrante de movimentos armados.

De acordo com os dados levantados, o engenheiro, que trabalhava no Ministério da Indústria e do Comércio, era amigo do então militante Eduardo Lessa e ofereceu sua casa para guardar um mimeógrafo que era usado pelo Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). Nin Ferreira também ajudava Lessa financeiramente, porque o militante não conseguia trabalho devido à participação na luta armada.

Nos interrogatórios a que foi submetido, o engenheiro foi questionado principalmente sobre sua relação com Lessa, o que ele acabou confessando apenas no último encontro com os agentes. Raul Amaro Nin Ferreira foi preso em 1º de agosto de 1971, e, em 4 de agosto, foi transferido para o hospital com ferimentos graves. Sua mãe, Marina Lanari Ferreira, iniciou uma batalha judicial contra o Estado que só terminou em 1994, com a responsabilização da União pela morte, tortura e prisão do filho.

A pesquisa feita pelos sobrinhos de Raul tomou como ponto de partida o que já havia sido levantado por Marina, contando depois com documentos do Arquivo Nacional, além de entrevistas com amigos e familiares. O relatório será disponibilizado gratuitamente nos próximos dias, no site do Armazém da Memória (http://www.armazemmemoria.com.br/).


"Eu espero que esse trabalho ajude os movimentos sociais a refletir sobre a questão da violência do Estado contra sua população, e a não imaginar que foi só uma coisa da ditadura nem só contra presos políticos. Há um histórico de violência do Estado contra a sociedade desde que o Brasil é Brasil", lamentou o sobrinho Raul Nin Ferreira.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Verdade histórica do Chile se esconde em mortes de alto perfil






A persistência em indagar as causas da morte do cantor Victor Jara, dos ex-presidentes Eduardo Frei Montalva e Salvador Allende, e do poeta Pablo Neruda dá implícita visibilidade a outros milhares de chilenos que sofreram crimes da ditadura (1973-1990), que ainda não foram punidos. 

Por Marianela Jarroud, da IPS




Pablo Neruda gravando seus poemas na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, em 1966. Foto: Domínio Público

“Existe aqui uma busca pela verdade histórica por meio de processos penais”, cujo maior impulso tem sido a impunidade, disse à IPS o diretor da cadeira de direito penal da Universidade Alberto Hurtado, Luis Emilio Rojas.

Embora “se possa fazer efetivas eventuais responsabilidades penais que possam ter existido, indiretamente, a reativação dos processos penais ajuda a estabelecer a ocorrência de fatos que são marcos, que é a história do Chile”, acrescentou Rojas. O advogado de direitos humanos Eduardo Contreras foi o primeiro a apresentar, junto com a Agrupação de Familiares de Executados Políticos (Afep), uma queixa para que fossem estabelecidas as causas da morte do presidente socialista Salvador Allende.

Atualmente, pede que seja esclarecida a morte do poeta Pablo Neruda, ocorrida em 23 de setembro de 1973, apenas 12 dias depois da sangrenta derrubada de seu grande amigo Allende, que se suicidou durante o bombardeio das forças golpistas contra a sede do governo, La Moneda, em 11 de setembro de 1973. Os restos de Neruda foram exumados em abril do túmulo que compartilhava com sua última mulher, a cantora e escritora Matilde Urrutia (1912-1985), em sua residência de Isla Negra, 110 quilômetros a oeste de Santiago.

No dia 8 deste mês, sete meses após a exumação, o Serviço Médico Legal informou que peritos franceses internacionais descartaram a presença de substâncias tóxicas de origem química nos restos de Neruda. Contreras alertou que se trata apenas de uma primeira parte da pesquisa e antecipou que “solicitaremos, hoje, que se envie a investigação para outros laboratórios em busca de elementos tóxicos de natureza biológica, não química, como gás sarin, gás mostarda, bactérias”.

O juiz Mario Carroza, que investiga se houve participação de terceiros na morte do ganhador do Nobel de Literatura de 1971, declarou que “judicialmente ainda não se pode estabelecer” se Neruda foi morto, ou não, há 40 anos. Se os resultados desses especialistas não satisfazem todas as partes, “teremos que buscar alternativas”, acrescentou. Neruda tinha ao morrer 69 anos e há 28 estava filiado ao Partido Comunista do Chile. Na época se preparava para partir para o exílio no México, de onde se propunha a ser a voz da oposição à ditadura.

Seu ânimo foi derrubado nos dias anteriores à sua morte, quando suas três casas foram invadidas por agentes da ditadura. Em sua casa mais apreciada, a de Isla Negra, sofreu a brutalidade militar: a tropa revirou suas coleções de caracol, conchas e borboletas, suas garrafas e suas carrancas de proa, livros, quadros e até seus versos inconclusos. Os militares o forçaram a demitir todo o pessoal e só ficaram Urrutia e seu motorista, Manuel Araya.

Neruda sofria de câncer na próstata, mas Araya garante que ele morreu pela suposta injeção que um falso médico lhe aplicou no estômago na clínica privada Santa Maria, o que teria sido ordenado pela ditadura. Na mesma clínica morreu, nove anos depois, o ex-presidente Eduardo Frei Montalva (1964-1970), contaminado com agentes biológicos, segundo a investigação judicial do crime.

O caso Frei teve impacto na sociedade chilena, que comprovou que a ditadura havia utilizado toxinas contra seus opositores, mas também serviu para que “alguns incrédulos tomassem consciência”, disse à IPS a presidente da Afep, Alicia Lira. No entanto, embora agora se fale abertamente das violações dos direitos humanos, a impunidade persiste, acrescentou. “Há impunidade quando muitos casos foram encerrados pela promotoria militar, que é juiz e parte; quando mais de 178 agentes do Estado que assassinaram e forçaram o desaparecimento de pessoas não passaram um só dia na prisão, porque foram beneficiados com a meia prescrição ou pena perdoada”, lamentou Lira.

O compositor, cantor e ativista Víctor Jara foi morto em 15 de setembro de 1973, após ter sido detido no Estádio Nacional como muitos outros opositores. Seu corpo mostrava sinais de tortura e perfurações de bala. Mas só em 2008 foi aberta uma investigação sobre sua morte e os responsáveis. O principal deles, o tenente do exército Pedro Barrientos, ainda está livre nos Estados Unidos. Para Contreras, diante das contradições, é um dever “moral” investigar.

“Assim como a lei obriga a investigar a morte de um homem que morre de frio por falta de atenção, o que me parece justo, por que não se investiga a morte de um presidente da República. Isso nos parece uma perfeita canalhice”, disse se referindo a Allende. Por muitos anos subsistiram dúvidas sobre a morte de Allende, que se manteve na sede de governo, armado e resistindo ao bombardeio a que foi submetido pelos golpistas. Finalmente se confirmou que se suicidou. No caso de Neruda também houve contradições, por isso “é uma obrigação ética e moral investigar, e, se não se fizer, é canalhice”, ressaltou Contreras.


Durante o regime militar morreram 3.065 pessoas e cerca de 37 mil foram para a prisão por causas políticas. As causas judiciais por violações de direitos humanos ativas no Chile são cerca de 1.300, e se referem a execuções extrajudiciais, desaparecimentos, torturas, sepultamento ilegal ou associação ilícita, cometidas entre 1973 e 1990. Essas causas e outras já resolvidas representam 75% das vítimas de execuções ou desaparecimento forçado reconhecidos pelo Estado, mas somente em uma mínima proporção dos que sobreviveram à prisão política e às torturas.

A tortura, um crime demasiadamente humano






Um livro essencial sobre os crimes da ditadura: é lançado, em São Paulo, Tortura, testemunhos de um crime demasiadamente humano, de Maria Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes.




Por José Carlos Ruy*

A história dos brasileiros que ficaram no Brasil durante a ditadura de 1964 e enfrentaram a clandestinidade, as perseguições, prisões e toda a barbárie cometida pela repressão do regime militar ainda precisa ser melhor conhecida. Há inúmeros relatos e memórias daqueles que foram forçados a ir para o exílio e, de lá, lutaram contra o arbítrio, mas a história daqueles vai sendo, aos poucos, revelada.

Uma contribuição essencial, neste particular, é o livro Tortura, testemunhos de um crime demasiadamente humano, de Maria Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes (a Dodora), que a editora Casa do Psicólogo acaba de lançar. 


A autora, psicanalista, é ela própria uma sobrevivente dos tempos de barbárie. Começou sua militância na Ação Popular (AP) em 1963, foi presa entre 1968/1969 (juntamente com seus filhos Priscila e André que, na época, tinham idades abaixo de quatro anos!); mais tarde, no final da década de 1970, foi uma ativa dirigente e militante da luta pela anistia no Brasil. 

Seu livro traz uma discussão teórica sobre as motivações da tortura baseada nas teorias de Freud, com uma interessante apresentação das cartas sobre a guerra - e a violência - trocadas entre Einstein e pai da psicanálise.


Mas a investigação feita por Maria Auxiliadora vai muito além dos motivos psicológicos da violência política. Há um extenso capítulo que trata da tortura no Brasil, com um bem documentado relato da história da ditadura de 1964 e dos métodos da repressão política. Outro capítulo lança o olhar sobre a história da tortura de maneira mais geral, abrangendo desde a antiguidade, a Inquisição, e inclui a Segunda Guerra Mundial e a Guerra da Argélia (1957-1962), quando os franceses desenvolveram métodos de tortura e desaparecimento de presos políticos assassinados que fizeram escola, nas décadas seguintes sobretudo entre os militares norte-americanos e latino-americanos.

Outro capítulo traz o relato de cinco vítimas da repressão e da tortura: Alípio Freire, Aldo Arantes, Haroldo Lima, Gilse Cosenza e Rita Sipahi.

O estudo realizado por Maria Auxiliadora aprofunda a compreensão da barbárie cometida pela repressão. Aborda aspectos psicológicos, históricos, sociais, jurídicos, sobre estes crimes. O sistema da repressão, na ditadura de 1964, envolveu militares de diferentes patentes e policiais civis, agentes públicos no exercício de sua função pública que “incorporaram o papel de torturador”. E teve o patrocínio de empresários que “acompanharam diretamente sessões de tortura e financiavam equipamentos para torturar”. 

Maria Auxiliadora vai além e busca as raízes históricas da violência na sociedade brasileira. Revela como ela está enraizada na colonização e é uma herança perversa do escravismo. Ela decorre, diz, do “modelo de predação e rapinagem dos povos que os europeus recém-chegados aqui encontraram, e sobre a exploração que a colonização manteve como prática”. A sociedade que nasceu com a colonização foi fundada na escravidão que, vigorando oficialmente até 1888, diz ela, “deixou uma marca indelével na nossa história e os incontáveis estudos sobre sua vigência não esgotam nem exorcizam a barbárie perpetrada pelos portugueses, pelos brasileiros e compartilhada pela sociedade”.

A grande novidade do livro está na exposição detalhada da ação dos franceses na Guerra da Argélia; eles se tornaram uma espécie de polo aglutinador da violência política nas décadas seguintes, usada principalmente pelos EUA na guerra do Vietnã e pelos militares latino-americanos que, com amplo apoio dos EUA, instituíram ditaduras civis-militares na década de 1960.

Maria Auxiliadora baseia-se sobretudo no depoimento do general Paul Aussaresses que, na Argélia, foi um dos comandantes do destacamento de paraquedistas (foi o braço direito do comandante dos paraquedistas, general Massu).


Quando Massu e Aussaresses, já nonagenários, publicaram suas memórias, em 2001, o debate público sobre a tortura ganhou força na França. Ambos confirmaram que os mais de três mil desaparecidos políticos foram, na verdade, executados. Segundo Aussaresses, desde meados da década de 1950, a tortura e as execuções sumárias faziam parte da política de guerra francesa, e chegou a vangloriar-se por elas.

Nas décadas seguintes, ele especializou-se na formação de oficiais norte-americanos e de vários países latino americanos nesses métodos iníquos de combate e aniquilação de opositores políticos. Em 1961 foi designado pelo governo francês para apoiar os norte-americanos em combate no Vietnã, onde os vietnamitas haviam iniciado a guerra de guerrilhas, que os norte-americanos mal conheciam, mas que os franceses enfrentaram na Argélia. 

Aussaresses se instalou em Fort Bragg, na Carolina do Norte (EUA) onde, disse, “ensinava as técnicas que havia aprendido durante minha carreira” - isto é, a tortura e o desaparecimento de presos políticos. Além de militares norte-americanos, havia outros de países como Bolívia, Argentina, México, Colômbia, Brasil, Paraguai, Uruguai, Chile e Venezuela. E formou alunos que foram esteio, na década seguinte, de ditaduras em seus países. 

Aussaresses diz que não ter sido um mero mercenário, mas que sua ação “pedagógica” tinha conhecimento de toda hierarquia militar. “Eu não fui um mercenário, mas um oficial superior francês em missão oficial”, que ocupava um posto “dentro da cooperação entre França e Estados Unidos, nosso aliado na luta contra o comunismo”. Isto é, mais do que psicológica, sua missão fazia parte da luta de classes.

Aussaresses esteve no Brasil em 1973, a convite da ditadura, tendo sido adido militar à embaixada da França. Um de seus amigos mais íntimos era o então coronel João Batista Figueiredo, do Serviço Nacional de Informações, o mal afamado SNI. Além de Figueiredo - que viria a ser o último general presidente da ditadura de 1964 - o general francês também conviveu com o facínora da tortura e do assassinato político, o delegado Sérgio Fleury. E deu aulas de tortura e desaparecimento de opositores políticos em Brasília, Manaus e outros lugares.

Nesta época em que o debate público da tortura, do assassinato político e da necessária exposição pública dos responsáveis por estes crimes cresce no Brasil - principalmente entre a juventude -, a leitura e oi debate do livro de Maria Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes é fundamental!


*José Carlos Ruy é jornalista,  membro do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil, editor do jornal A Classe Operária e do Portal Vermelho.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Herzog nunca foi uma "ameaça nacional", diz aliado da ditadura







O ex-governador de São Paulo, Paulo Egydio Martins, que governou o estado entre 1975 e 1979, durante a ditadura, afirmou nesta terça-feira (26) que muitas empresas financiaram o golpe contra João Goulart, presidente deposto pelo golpe em 1º de abril de 1964. "É difícil encontrar alguém que não tenha financiado a conspiração", disse, em depoimento à Comissão da Verdade da Câmara de vereadores de São Paulo. "O volume de dinheiro repassado aos coronéis aumentava a cada discurso inflamado do Jango”.

Na foto, Vladimir Herzog. Comissão da Verdade da Câmara Municipal ouviu de Paulo Egydio Martins, que governou o estado de São Paulo entre 1975 e 1979.
 Segundo o ex-governador, os empresários usavam dinheiro de caixa dois nessas doações. "Ninguém doava dinheiro de lucro", afirmou. No depoimento, ele negou que soubesse do financiamento dos órgãos de tortura e da própria estrutura da ditadura.

Egydio afirmou que fazia parte do núcleo de pensamento estratégico da conspiração, que contava com outras figuras ilustres, como o ex-diretor do jornal O Estado de São Paulo, Júlio de Mesquita Filho.

Para o ex-governador,que também foi ministro do Desenvolvimento no governo Castelloo Branco (1964-66), as mortes do jornalista Vladimir Herzog e o metalúrgico Manuel Fiel Filho, em 1975 e 1976 respectivamente, assassinados sob tortura no DOI-Codi, foram planejadas pela linha dura do regime, com o suposto objetivo de desestabilizar o governo do general Ernesto Geisel.

“Não é possível que alguém acredite que Herzog pudesse representar uma ameaça nacional. Um metalúrgico que distribuía a Voz Operária poderia ser uma ameaça nacional? Não tinha nada que mostrasse que ele e Herzog oferecessem algum tipo de risco, mas com a morte deles a população iria ficar exaltada e aí seria justificada uma ação mais violenta do Exército”, afirmou.

"Eu era um homem de confiança do Geisel em São Paulo. Militares linha dura, como o ex-ministro do Exército Sylvio Frota, não queriam que o Geisel efetivasse a abertura política. Causando problemas em São Paulo, esperavam atingir o presidente", disse Egydio.

Ele destacou a destituição do comandante do II exército, Ednardo D’Ávila Mello, após os assassinatos. "Um caso inédito na história do Brasil. Nem na Guerra do Paraguai houve a dispensa de um militar de alta patente", afirmou.

Para o vereador Gilberto Natalini, presidente da comissão, o depoimento é importante pela representatividade do ex-governador. "Ele participou da articulação e do governo, conhece o processo por dentro. Negou conhecimento sobre algumas coisas, como da estrutura do DOI-Codi, que não é possível crer que não tivesse, na posição dele. Mas foi um bom depoimento", considerou.

A última reunião de 2013 da Comissão da Verdade da Câmara Municipal será no dia 10 de dezembro, às 10h. Nela será ouvido João Vicente Goulart, filho do ex-presidente deposto João Goulart.


Comissão da Verdade afirma que é preciso recontar a história






Três integrantes da Comissão Nacional da Verdade afirmaram, nesta terça-feira (26), que a principal preocupação da comissão, atualmente, é recontar a história do país de forma transparente e pedagógica e, assim, colaborar para a construção de um sistema amplamente democrático.

A afirmação foi feita durante audiência da Subcomissão Permanente da Memória, Verdade e Justiça, que funciona no âmbito da Comissão de Direitos Humanos do Senado.

O advogado José Carlos Dias explicou que a responsabilidade da comissão de recontar os fatos se dá, principalmente, em razão dos jovens, que ouviram falar do golpe militar, mas não presenciaram a violência da ditadura no país. Para ele, esse é um dever pedagógico que deve ser cumprido para que o país nunca mais permita que golpes como o de 1964 atinjam a população.

“É um compromisso nosso com a democracia. Nós temos que indicar aqueles que fizeram com que todo esse processo de violência se desencadeasse. Temos os mortos e desaparecidos que clamam pelo direito de serem respeitados perante a história”, disse.

José Carlos Dias ressaltou que esse é um problema nacional e afirmou que a Comissão Nacional da Verdade já cumpriu um importante papel ao despertar a consciência do país incentivando a proliferação de comissões estaduais, municipais, sindicais, universitárias, coorporativas e temáticas que tratam do assunto.

O senador João Capiberibe (PSB-AP), que preside a subcomissão, explicou que ainda persistem grandes dificuldades na construção da democracia no país, já que o Brasil é uma nação conservadora que se prende a estruturas injustas. O senador lembrou que o país foi o último a libertar os escravos, o único da América Latina a não fazer reforma agrária e que ainda protege os que torturaram e assassinaram durante a ditadura.

O vice-presidente da subcomissão, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), disse que o resultado dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade vai representar a conclusão da “longuíssima transição democrática brasileira". Randolfe afirmou que é impossível o país olhar para a frente desconsiderando o passado e ressaltou que, quando um país perde a sua memória histórica, volta a cometer os erros do passado.

Divisão do trabalho

Criada por lei em 2011, a Comissão Nacional da Verdade foi instituída em maio de 2012 e, desde então, vem apurando as violações de direitos humanos ocorridas no Brasil entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. A advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha explicou que a comissão é dividida em grupos de trabalhos (GTs) que apuram temas específicos: Golpe de 1964, Estrutura de Repressão e Ditadura, Sistema de Justiça e O Estado Ditadorial-Militar.

Ela explicou que, além das reuniões dos grupos, a comissão considerou fundamental, ao longo do seu trabalho, tomar depoimentos de vítimas e violadores e realizar audiências públicas. A advogada informou que já foram realizadas cerca de 50 audiências da comissão, mais de 30 audiências compartilhadas e já foram tomados 500 depoimentos.

Rosa Maria ainda ressaltou a importância dos encontros realizados com outras comissões estaduais e municipais da verdade e considerou imprescindível o ajustamento desses trabalhos à moderna visão de verdade e de democracia.

O advogado e professor universitário Pedro Dallari disse que um dos objetivos da Comissão da Verdade é colaborar para que o trabalho de mobilização da sociedade brasileira se prolongue além da duração da comissão e informou que o grupo solicitou uma prorrogação dos trabalhos, que deveriam se encerrar em maio de 2014, para que o relatório final não seja elaborado às pressas.

“A comissão tem muita clareza da expectativa, não só do Senado, mas de toda a sociedade de que se consiga efetuar um amplo trabalho de sistematização do quadro de graves violações aos direitos humanos que prevaleceu no país ao longo das últimas décadas”, disse.

Da Redação em Brasília


Com Agência Senado

Mano Oraculo participa do Circuito Hip Hop Jundiaí-SP






Debate sobre a importância da organização do Hip Hop.

Foto: Raisuli Hudson, Beto Teoria e Mano Oraculo


Aconteceu na cidade Jundiaí o Circuito Hip Hop Nação Hip Hop Brasil com debates, apresentações artísticas e lançamento do livro Sabotage “Um Bom Lugar” de Toni C e Poucas Palavras do Renan do grupo Inquérito.





Essa foram as atrações do evento:

Inquérito Toni C * Sabotage Um bom lugar * Celo X * Nuno Mendes Espaço Rap * Mano Oraculo* DJ PYGG * Raisuli Hudson * Matilha Cultural * Ponto 50 Breaking * Mer Imortal Insane * Graffiti *

Data: 23 de Novembro


Local: Clube 28 de Setembro / Jundiaí-SP


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Lançamento do Livro Sabotage " Um bom lugar" em Jundiaí-SP







Eterno Sabotage !!!

Um bom lugar se constrói com humildade! 

Estou lendo a biografia do Rapper Sabotage “ Um bom lugar”, indico para todos meus amigos, comprem para ajudar a família desse guerreiro do rap nacional.
Livro Monstrão!!

Valeu Toni C pela dedicatória.
Abc

Viva o Sabota Malokero!!!

Circuito Hip Hop Nação Hip Hop Brasil
Clube 28 de Setembro Jundiaí-SP

 Lançamento do Livro Sabotage “Um bom Lugar”. 

Rappers homenagearam Sabotage em Jundiaí-SP






Foto: Mano Oraculo no Beat Box e Renan do Inquérito.

Palestras, workshops e muita música deram o tom da 5ª etapa do Circuito Brasil de Hip Hop, realizado neste sábado (23) no Clube 28 de Setembro, e que contou ainda com o lançamento do livro "Sabotage - Um bom lugar", do escritor  Toni C.

"Sabotage é um personagem que mesmo morto há uma década é impossível mensurar a importância para a cultura do hip hop e para  cultura brasileira em si", disse o escritor. Toni conta que o trabalho do livro começou graças a um desencontro. Ele participava do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, onde o rapper também era esperado, quando recebeu a notícia da morte do artista. "Coube a mim, mais ou menos como um enviado de guerra, contar para todos aqueles jovens sobre a morte do Sabotage", relembra.

 A partir dali, Toni começou uma pesquisa extensiva. Ele entrevistou "uma página" de pessoas (todas citadas nos agradecimentos do livro) e precisou correr atrás de documentos que comprovassem a história do biografado, uma das partes mais difíceis, segundo Toni. Outra etapa equivalente em trabalho foi a autorização da família para publicar a obra como uma biografia oficial.

"Dos 10 anos que levei para fazer o livro, nove deles tentei a autorização", contou o autor, que aproveitou para opinar sobre a polêmica das biografias. "Não é o caso desse livro em si, pois é uma biografia oficial, mas nem nos tempos da ditadura os livros sofriam uma censura prévia como acontece com essa proibição de agora."

O Circuito Hip Hop. projeto da nação Hip Hop Brasil, é uma iniciativa para divulgar a cultura do movimento no contexto social da juventude. Além de Jundiaí, o circuito já passou por Salto, Ribeirão Pires e por bairros de São Paulo.

De Jornal de Jundiaí.

Livro infantil conta histórias de crianças sequestradas durante ditadura na Argentina






Relatos são inspirados em depoimentos de netos encontrados pelas Avós da Praça de Maio

“Ele foi sequestrado no dia 24 de março, nesse dia certinho. É fácil de lembrar porque nesse dia a gente não vai à escola. É o Dia da Memória.” O 24 de março ao que o fragmento se refere aconteceu no ano 1976, quando um golpe militar derrubou Isabel Perón (1974-1976) na Argentina. Nesse dia, Gastón Gonçalves foi levado por agentes do governo recém-instaurado e seu corpo, encontrado em abril do mesmo ano no acostamento de uma estrada, foi enterrado como indigente.

Gastón é o pai de Manuel Gonçalves, um dos 109 netos que as Avós da Praça de Maio conseguiram localizar nos 36 anos de busca por bebês sequestrados ou nascidos em cativeiro durante a última ditadura (1976-1983). A história desse bebê – hoje um homem de 37 anos – não se parece com os livros que pais e mães leem aos filhos para fazê-los dormir. Mas, contada por ele mesmo, virou um dos relatos de um livro infantil lançado na Argentina pela editora Calibroscopio.




Os quatro pequenos capítulos de ¿Quién Soy? ("Quem sou?", em tradução livre) são inspirados em depoimentos de seus protagonistas e narram o reverso dos contos de fadas em forma de aventura, suspense e, também, terror. Cada história foi adaptada ao universo infantil por escritores e ilustradores que, sem meias palavras e com imagens fortes - mas, cheias de sensibilidade - contam às crianças de hoje esse capítulo difícil da história argentina. Ao final de cada narrativa, o autor ou autora explica, à parte, como aquela experiência real se transformou na história que aparece no livro.


A compilação de “relatos sobre identidade, netos e reencontros” - subtítulo da obra - é uma aposta para falar seriamente com as novas gerações sobre o que aconteceu com a de seus pais. As Avós da Praça de Maio estimam que cerca de 500 bebês nascidos entre 1975 e 1980 foram registrados como filhos próprios ou adotados em orfanatos onde foram deixados sem informação sobre sua procedência. Elas acreditam que as 400 crianças que elas ainda procuram são hoje adultos, alguns já pais e mães de outras crianças, seus bisnetos.

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A essa nova geração, nascida depois de quase 30 anos de democracia ininterrupta na Argentina, as Avós querem transmitir a necessidade de se continuar buscando, de encontrar as verdadeiras famílias, de conhecer a história, ainda que não seja um conto de fadas. “Para você, para vocês, (…) que entendem desde sempre o valor de viver em liberdade, é mais fácil que para muitos adultos. As Avós sabem. Sabem que, se encontrarem seus netos, é possível que encontrem seus bisnetos. E que em vocês a luz da verdade é brilhante. MUITO brilhante”, diz o epílogo de Paula Bombara, autora do primeiro relato, “Manuel não é o Super-Homem.”

Histórias reais

Manuel foi sequestrado em novembro de 1976 na capital argentina, no mesmo operativo em que sua mãe, Ana Maria, foi assassinada. Quando nasceu, em junho do mesmo ano, seu pai já estava desaparecido e seus restos só foram identificados em 1996. Manuel foi encontrado por agentes da ditadura dentro de um armário, chorando, no fim do tiroteio em que sua mãe foi morta. Foi levado a um hospital onde passou quatro meses isolado, custodiado por membros das forças de segurança. Manuel cresceu em Quilmes, na Grande Buenos Aires, e sempre soube que havia sido adotado, mas nunca em que circunstâncias.

A história de Jimena Vicario é parecida. Aos oito meses, foi sequestrada junto à mãe, que tentava sair do país, em Buenos Aires. No mesmo dia, 5 de fevereiro de 1977, seu pai foi sequestrado em Rosário, onde a família morava. Jimena foi abandonada em um orfanato e adotada por uma funcionária, até que, em 1986, sua família a encontrou. A protagonista do capítulo inspirado por sua história é uma menina que conversa com o cachorro sobre as angústias de uma criança que se vê obrigada a escolher Buenos Aires e Rosário, entre uma mãe adotiva que ama e uma avó que a buscou por quase 10 anos.



Ilustração de Irene Singer para o capítulo que conta a história de Manuel em ¿Quién Soy?


Athos, seu companheiro canino, é o único confidente sobre o que sente ao descobrir que tem uma avó, que seus pais estão mortos e sobre a raiva que sente do juiz que determina que ela passe metade da semana em cada cidade -  onde é chamada por nomes diferentes (seu nome adotivo era Romina) e tem dois cachorros diferentes. Jimena aprendeu a andar aos três anos de idade e todos acreditavam que, até os quatro anos, não era capaz de falar. Mas Iris Rivera, autora de seu relato, conta que a menina mantinha conversas secretas com seu cachorro e com seus brinquedos, mesmo que se recusasse a falar com seres humanos.

Irmãos separados

O relato epistolar de Mario Mendez revela a história de Sabrina Negro Valenzuela, que escreve a seu irmão gêmeo, de quem ainda hoje não se sabe o paradeiro, para falar de sua vida e de como foi bom reencontrar-se com Sebastian, o irmão mais velho por parte de mãe. Seus pais, Raquel Negro e Tulio Valenzuela, eram militantes importantes na hierarquia dos Montoneros, guerrilha e movimento popular de raiz peronista.

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Raquel, Tulio e Sebastian foram sequestrados na cidade litorânea de Mar del Plata, em janeiro de 1978, quando a mulher estava grávida de cinco meses. Os três foram levados a um centro clandestino de detenção em Rosario, a “Quinta de Funes”, um dos cenários macabros do livro Recuerdo de la muerte (Lembrança da morte, em tradução livre), do jornalista e militante montonero Miguel Bonasso.

Em quase 500 páginas, Bonasso conta a história do sequestro de Jaime Dri, sobrevivente de vários centros clandestinos de detenção, que conseguiu escapar na fronteira da Argentina com o Paraguai, aonde foi levado por agentes da ditadura para que “marcasse” (denunciasse) outros militantes. O depoimento de Dri e o livro de Bonasso foram fundamentais para que Sabrina soubesse que junto a ela nasceu outro bebê, um menino.




Seu pai foi levado ao México para que exercesse uma função parecida à que os militares designaram a Dri. Tulio Valenzuela deveria fazer contato com a cúpula dos Montoneros, muitos exilados no país norte-americano, e ajudar os militares a chegar até eles. Tulio escapou e, junto aos líderes do movimento, organizou uma coletiva de imprensa onde contou sua história e a de Raquel, que havia ficado sob custódia na Quinta de Funes, como garantia de que Velenzuela cumpriria sua parte no acordo.

Sabrina escreve ao irmão gêmeo desconhecido
Essa história aparece na carta de Sabrina ao irmão gêmeo, escrita por Mario Mendez. “A mamãe, querido gêmeo, estava presa e já havia sido condenada. O papai estava longe, sofrendo com o que sabia que ia acontecer, desesperado.” Raquel foi vista pela última vez quando ia dar à luz no hospital militar da cidade de Paraná. Tulio retornou à Argentina de forma clandestina, ainda durante a ditadura, e está desaparecido até hoje.

Outra história de irmãos separados pela repressão a militantes de resistência à ditadura é a de María de las Victorias e Marcelo. Ele tinha quase quatro anos e ela menos de dois quando foram abandonados em orfanatos de Cordoba e Rosario, com uma placa pendurada no pescoço com a mensagem “meus pais não podem me criar” ao lado de seus nomes. A família foi sequestrada em maio de 1980, depois de ter estado exilada na Suíça, onde María de las Victorias nasceu. Os pais, Silvia Dameri e Orlando Ruiz, continuam desaparecidos.

A escritora Maria Teresa Andruetto, que adaptou o relato dos jovens, narra a lembrança que Marcelo tem de viajar em um Peugeot 404 vinho, de mãos dadas com sua irmã, assustados pelos dois homens desconhecidos que sentavam na parte dianteira do carro. Ambos foram adotados por famílias que os criaram sem esconder o que sabiam de suas histórias e Marcelo foi localizado em 1989. Maria de las Victorias foi identificada dez anos depois, quando procurou as Avós da Praça de Maio depois de se reconhecer em um jornal que publicou uma foto em que aparece ainda bebê ao lado da mãe.


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Silvia estava grávida de cinco meses quando foi sequestrada. A terceira filha do casal, Laura, nasceu durante o cativeiro da mãe e foi encontrada em 2008. Juan Antonio Azic, um dos integrantes do aparelho repressivo que atuava em um dos maiores centros clandestinos de detenção da Argentina, a ESMA (Escola Superior de Mecânica da Marinha) se apropriou de Laura, que foi criada como irmã de outra filha de desaparecidos, a hoje deputada federal Victoria Donda, identificada em 2004.

Hoje, Azic está internado em um hospital psiquiátrico depois de uma tentativa de suicídio. Foi condenado por participação no plano sistemático de sequestro de bebês e também cumpre pena pelo julgamento conhecido como “Megacausa ESMA”, local onde foi visto torturando um bebê de 20 dias para que o pai delatasse companheiros de militância.

“Dá pra ver que os adultos não gostam de falar da ditadura. Eu gosto. É ruim que tenha existido, mas, sei lá. Também não sinto medo, porque quem fez isso tem que estar preso”, pensa o narrador-personagem da história de Manuel. O menino relata o que ouviu de sua amiga Martina, verdadeiro nome da filha do jovem encontrado em 1997, bisneta de Matilde Pérez, uma avó que reencontrou seu neto.



Marcha das Avós da Praça de Maio


Arquivo Abuelas